Ontem eu nasci e nada conhecia
Com o tempo fui condicionado
Entre tantos... Ser antropopático
Temer as forças invisíveis e pela minha cor
Sobre outra inferior ser primado
Fui crescendo, descobrindo da vida seu valor...
Idolatrei a matéria
Li um certo “best seller'...
Chamou-me pagão
___Esse livro se esqueceu que o invisível em mente é ícone também
E me proibiu a existência
Descobri isso quanto ingeri Kierkegaard
Depois dele outros vieram:
Husserl, Nietzsche, Heidegger
Kafka e a imortal dúvida: Ser-ia Barata
Em Simone de Beauvoir percebi que há...
Além do sexo...
Ingeri mais, muito mais:
Merleau-Ponty, Camus, Jaspers
Deste então me incitei
E a esse deus ordenei:
Diga-me até onde se estende tua epistemologia
Segui meu caminho como sempre ignorado
E sem a verdadeira ontologia
Perguntei-me: “ será tudo isso um ataque psicodélico”
Nada... Nem as nuvens souberam me responder:
Coitadas, pior que o homem são elas...
Dependem do vento para conhecerem outras esferas
Ainda tenho sorte, tenho __ “a merda do” __ livre arbítrio
Huuuuuummm... É piada isso
Claro que é, porra
Já me viram por acaso em Manhattan
Ou Manhattan já me deu oportunidade de fodê-la
___No signo da trepada...
E poderia ser de outra forma
...Outro sentido só a ela...
A Própria inópia existência
À essa gente cabe o direito
Até mesmo para aqueles simplórios
Que se afogam na mesmice
É tudo uma cadeia...
Somos nossos cárceres
Hipnotizados, pois, pelo hilomorfismo...
Bem que lutei contra esse imobilismo
Mas como suprimi-lo
Se não consegui adstringi-lo?
São tantas coisas... Agora essa fenomenologia
Sim, é isso mesmo, minha mente toda orgia
O que me restou disso tudo...
Foi agora estar escutando “love by grace”
Enaltecer minh alma
Ver meu corpo deformado pela ausência de mim mesmo
E suplicar a Jean Paul...
__'Eu preciso encontrar a verdade que é verdadeira
para mim, a idéia pela qual eu vivo ou morro”
Marcello ShytaraLira
Sampa 23/03/2001
Quando descobrimos que para nada viemos... a saudade é apenas um ácido... viajante.